terça-feira, 6 de julho de 2010

Matéria na Revista TI Digital

No mês de março fui entrevistado pela Flávia Freire, Diretora de redação da Revista TI Digital (www.revistatidigital.com.br) sobre o tema TI Verde, que seria tratado na edição de maio da revista. A matéria foi publicada e está aqui. O resultado ficou bastante interessante, expondo bem o viés estratégico que eu sempre quis dar ao tema. Junto a outros profissionais que também deram depoimentos, a matéria saiu do lugar comum ao propor uma nova visão sobre o assunto. Parabéns à redação da revista.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Kerzner e os "intangíveis"

Taí minha foto com Harold Kerzner, um dos mais importantes autores e palestrantes sobre Gerenciamento de Projetos dos últimos tempos. O site de sua empresa, IIL, está aqui. Ele fez uma das palestras de abertura do 8º Encontro Nacional de Profissionais de Gerenciamento e Projetos, realizado no RJ na semana passada. Sua apresentação foi simplemente excelente, e ele pontuou várias vezes a importância do Gerente de Projetos ser participante das decisões estratégicas de negócio, pois sua formação o capacita a colaborar na decisão de projetos estratégicos para a organização.

Outro ponto importante e que alinha-se perfeitamente com meu pensamento sobre a sustentabilidade em projetos, é o fato dele ter deixado claro que, cada vez mais, os projetos levarão em conta benefícios intangíveis, como marca e reputação. O desafio agora é fazer esta medição, tornando tangível o que afirma-se que não pode ser medido. O Gerente de Projetos deve estar apto a buscar mecanismos para medir o ROI destes benefícios. Enfim, tudo aquilo que eu realmente acredito que também pode ser um diferencial competitivo para a organização.
Muito legal estar com ele, foi uma grande honra para mim. Conversamos rapidamente sobre "Sustainability Risk Management", o tema que apresentei na minha palestra, e demos algumas boas risadas. E sobre o evento em si eu falo em outro post.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Palestra no 8º Encontro Nacional de Gerenciamento de Projetos

Aproveitando a postagem anterior sobre o 8º Encontro Nacional de Gerenciamento de Projetos (as informações sobre o evento estão aqui), terei a honra de palestrar no dia 11/06 às 08:50 hs. Em cerca de 01 hora discutirei o assunto "Gerenciamento de riscos de sustentabilidade", que é parte de minha pesquisa de mestrado. A idéia é mostrar que, no cenário global atual em que a sustentabilidade sócio-ambiental ganha força nas estratégias empresariais, o gerenciamento de riscos em projetos corporativos deve também levar em conta estes aspectos. A palestra se propõe a identificar alguns destes riscos e avaliar seus possíveis impactos nas atividades da organização.

Será uma ótima oportunidade de tratar este assunto na comunidade de Gerenciamento de Projetos, do qual sou participante através do capítulo RJ do Project Management Institute: atualmente sou Vice-Presidente de Filiação do PMI-RIO. Num momento em que o PMI Internacional atua fortemente em divulgar a importância da sustentabilidade dentro do cenário dos projetos corporativos, espero que minha discussão possa trazer alguma contribuição para os que estiverem no evento.

Fica o convite para quem estiver no Congresso. Até lá !

8º Encontro Nacional de Gerenciamento de Projetos

De 09 a 11/06 acontece o 8º Encontro Nacional de Gerenciamento de Projetos, promovido pelo capítulo RJ do Project Management Institute, PMI-RIO. Será no Hotel Windsor, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. Para acessar o link do evento clique aqui.

O Encontro promete. O dia 09 é reservado aos mini-cursos, e nos dias 10 e 11 acontece congresso, reunindo um grande número de palestrantes e assuntos diversificados dentro do universo de gerenciamento de projetos. Entre os "keynote speakers" estão Ricardo Vargas e Harold Kerzner, só para citar os mais conhecidos. O tema sustentabilidade estará presente em, pelo menos, duas palestras: "Implantação do Projeto GRI como Fio Condutor da Gestão da Sustentabilidade da Vale", a cargo de Bruno Ferraz, Coordenador de Desenvolvimento Sustentável da Vale; e a minha própria palestra, onde eu discutirei o assunto "Gerenciamento de riscos de sustentabilidade".

Eu estarei lá nos 02 dias e recomendo fortemente este congresso a todos os interessados nas boas práticas em gerenciamento de projetos.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Sustentável 2010

Será no RJ, no dia 06/05, o Sustentável 2010, evento promovido pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável - CEBDS, que representa o World Business Council for Sustainable Development - WBCSD - no Brasil. O evento discutirá a sustentabilidade em seus diversos níveis: dilemas globais, a sociedade e suas reações aos desafios socioambientais, as questões econômicas e mercadológicas e suas implicações sobre a dinâmica empresarial. O site do evento está aqui.

Este primeiro encontro de 2010 tem como tema "Cidades e Mudanças Climáticas" e será realizado no dia 06 de maio de 2010, das 9h00 às 15h30, no Centro de Convenções RB1, salão Mauá - na Av. Rio Branco 1, no Rio de Janeiro - RJ. Outros dois encontros serão realizados ainda este ano: em agosto (Porto Alegre) e novembro (Salvador).

O CEBDS trata a sustentabilidade em nível empresarial, como estratégia de negócios, novas perspectivas e oportunidades. Segue a Divulgação abaixo.

Palestra 04/05 - Evento Simonsen

Segue a divulgação do evento "Encontro de Geotecnologia 2010" das Faculdades Integradas Simonsen. As questões sócio-ambientais estarão na pauta de discussões, e eu estarei lá, no dia 04/05, às 18:30 hs, levando minha discussão acerca de projetos de TIC Verde. A entrada é gratuita. Fica o convite a todos !

Alagoas Digital

Foi rápida mas interessante a passagem por Maceió no último dia 23/04, quando levei o tema "A sustentabilidade na gestão de projetos de TIC" para o evento Alagoas Digital 2010. Aliás, belo evento, muito bem organizado, com boa participação de público em todas as salas. Minha palestra estava bem concorrida, o que foi uma grande alegria.

Tive a honra de conhecer o Mauro Cesar Bernardes, diretor de divisão tecnológica no Centro de Computação Eletrônica da Universidade de São Paulo, onde se encontra o Centro de Descarte e Reuso de Resíduos de Informática (CEDIR). Eu mesmo havia postado um comentário sobre o trabalho do CEDIR aqui no Blog, trabalho este que tem sido bastante elogiado dentro e fora do Brasil. Assisti a palestra dele com muita atenção, e fiquei impressionado com o trabalho feito na USP, sob a direção da Prof. Tereza Carvalho.

Bacana ver que a sustentabilidade tinha um espaço dedicado no evento, com palestras que puderam abranger uma diversidade interessante de temas. Espero que minha discussão tenha sido proveitosa para todos que lá estiveram. Que venha 2011 !

terça-feira, 20 de abril de 2010

Palestra no Alagoas Digital

Dia 23/04 terei a honra de palestrar no evento "Alagoas Digital", promovido pelo Governo do Estado de Alagoas. Será uma ótima oportunidade para levar a discussão da sustentabilidade em projetos de TIC para um novo público. Segue a divulgação abaixo. Para quem for de Maceió o convite está feito. Até lá !

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

O Brasil e o lixo eletrônico

Segundo relatório da ONU divulgado esta semana em Bali, Indonesia, o Brasil está na lista das nações emergentes que são as maiores produtoras per capita de lixo eletrônico, incluindo não apenas computadores, mas também televisores, geladeiras e celulares. Com relação às geladeiras, o Brasil está no topo da lista, ao lado de México e China. O relatório ainda pontua que Brasil, Colômbia, México, Marrocos e África do Sul são países com grande potencial para a introdução de tecnologias de ponta na reciclagem deste material, uma vez que o setor ainda é pouco explorado.

O estudo, chamado "Recycling - from E-Waste to Resources", aponta que uma coleta apropriada com foco na reciclagem é fundamental para a recuperação de materiais importantes, proteção da saúde e a construção de uma nova economia "verde". Em entrevista à rádio CBN, a professora e diretora do Centro de Computação Eletrônica da USP, Tereza Cristina Carvalho, comentou que a sociedade em geral tem esta preocupação no Brasil, mas que não há suporte federal para a questão do lixo eletrònico em nosso país. Esta é também a conclusão do relatório da ONU: há no Brasil uma falta de regulamentação que defina claramente as regras no setor e possa contribuir para um melhor tratamento dos resíduos.

A professora Teresa Cristina ainda chamou a atenção que, desde 2002, a comunidade européia como um todo se movimenta no sentido de regular a questão do lixo eletrônico, e está um passo à frente em relação à outros países. Podemos perceber isto na aplicação cada vez maior de diretivas como o RoHS e WEEE, que cuidam tanto da entrada (não utilização de substâncias nocivas) quanto da saída (responsabilidade na disposição dos resíduos eletrônicos). Neste ponto, lembrou a professora, o Brasil até já possui algo com relação à produção de equipamentos "verdes" (sem chumbo, mercúrio e cádmio, principalmente na fabricação de computadores), mas está muito atrasado no que diz respeito à projetos para a logística reversa, onde os fabricantes são co-responsáveis na coleta do produto a ser descartado. Isto é um problema grave no Brasil.

Ela observou que há um movimento em nível federal, pelo CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), que visa criar um grupo de estudo para regulamentação da reciclagem, baseando-se na Lei Federal de resíduos sólidos. Sobre projetos interessantes e já estabelecidos em nosso país, ela citou o programa de reciclagem de pilhas e baterias do Banco Real e a reciclagem de micros usados realizada pela USP, projeto inovador em nível mundial. O e-mail para informações sobre o programa da USP é cedir.cce@usp.br.

No Brasil existem iniciativas voluntárias de alguns fabricantes como HP, Xerox e Sun Microsystems na coleta de seus produtos para recliclagem, mas, sem uma regulamentação clara, não há como dar uma maior abrangência à estas atividades em nosso país. É muito importante que nós, gestores de TI, possamos colaborar neste processo voluntário, envolvendo nossas empresas - elementos fundamentais neste processo - e criando oportunidades para o negócio da reciclagem. No final das contas, é ou não é uma questão de Governança ?

Clique aqui para ter acesso ao relatório da ONU.

O áudio da entrevista com a professora Teresa Cristina, da USP, está abaixo:

domingo, 7 de fevereiro de 2010

James Lovelock e Copenhage

James Lovelock é um pesquisador britânico que, na década de 1970, levantou a hipótese de Gaia, que entende o Planeta Terra como um único organismo vivo. Sendo assim, como qualquer coisa viva, pode gozar de boa saúde ou adoecer. As reações do planeta às ações humanas podem ser entendidas como uma resposta auto-reguladora desse imenso organismo vivo, Gaia, que sente e reage organicamente. Lovelock e outros pesquisadores que apoiam a idéia atualmente a consideram uma teoria científica, não apenas uma hipótese, uma vez que, segundo eles próprios, ela já teria passado pelos testes de previsão. De lá para cá, Lovelock publicou vários livros sobre o assunto, e seu mais recente lançamento é "Gaia: alerta final" (Ed. Intrínseca).

Em janeiro passado, Lovelock concedeu uma entrevista ao jornal O Globo, onde falou destas questões, mas chamou-me a atenção sua resposta ao ser indagado sobre o "fracasso" de Copenhage. "O senhor acha que teremos outra oportunidade como essa? Outro momento político tão simbólico, com 110 chefes de Estado reunidos?", perguntou a repórter. Lovelock respondeu: "Mesmo que tenhamos, será inútil. Nada foi feito depois da Rio-92, nem depois de Kioto, exceto mais reuniões. A ÚNICA FORMA POSSÍVEL É ENXERGARMOS VANTAGENS FINANCEIRAS NO COMBATE AO AQUECIMENTO. É dessa forma que se faz. É o que o Brasil fez com o álcool".

Coloquei em maiúsculas a frase mais contundente, na minha opinião. É o que venho observando há tempos neste blog. Os riscos relacionados à sustentabilidade são ameaças, mas também OPORTUNIDADES. É cada vez mais óbvio que, enquanto os ganhos no combate ao aquecimento global não forem potencializados financeiramente de maneira clara, as adesões voluntárias serão poucas. Copenhage não gerou os frutos que desejávamos por interesses outros que não eram os ambientais. Poucas nações estão estruturadas para viver em harmonia com as iniciativas sustentáveis. A Europa caminha num passo à frente, mas os EUA ainda continua um país reticente, e a China não se define. Ali, num encontro essencialmente político, a "conta não fechou". E para esta conta fechar, os bilhões de dólares investidos nas medidas sustentáveis teriam que, de alguma forma, retornar aos bolsos dos investidores. Não houve regulação definida, não houve acordo.

É assim com os países, é assim com as empresas. Movidas mais pela regulação do que pela adesão voluntária, as iniciativas sustentáveis podem ser uma decisão estratégica em empresas que tenham uma estrutura de Governança bem pautada, onde é possível vislumbrar as oportunidades deste mercado. TIC Verde é apenas um dos aspectos. Pode ser uma ótima oportunidade com desdobramentos positivos para a empresa rever práticas e processos. E, por quê não, obter ganhos financeiros.