O IDG News Service divulgou no último dia 29/01 que a Intel e a Nokia planejam reduzir o impacto de seus negócios sobre o ambiente. Clique aqui para ler a notícia completa no Computer World.
O que eu gostaria de destacar é o viés de negócio que as iniciativas destas duas companhias buscam: valorização da imagem. A estratégia da Intel baseia-se na compra de créditos de carbono e, como explica Matt Clouse, diretor da Green Power Partnership, da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, "muitas das companhias que estão comprando energia verde lidam diretamente com o consumidor e investem grandes quantias em marketing para a sua marca e produtos. E esta é uma boa maneira – e de custo reduzido – de fazê-lo, além de também atender a aspectos ambientais que melhorem a sua imagem”.
Já a Nokia anunciou um grande plano de redução de energia até 2012, associou-se ao "Climate Savers" do World Wildlife Fund (WWF), grupo do qual a Microsoft já é associada, e também planeja reduzir o consumo de energia dos carregadores de seus telefones celulares.
Fica claro que iniciativas "Verdes" estão alinhadas com o conceito de Governança Corporativa destas empresas, é uma estratégia de negócio. O olhar para a diminuição do impacto ambiental de toda a TI em uma organização pode (e deve) considerar fatores estratégicos, como esta notícia nos mostra de forma bastante evidente. Mais uma razão para os gestores de TI, ao alavancarem iniciativas desta natureza, considerarem o retorno da imagem como uma "necessidade empresarial" do seu projeto. Para todos ficarem bem na foto.
quinta-feira, 31 de janeiro de 2008
BEM NA FOTO
O VALOR DO RH
Esta semana eu estive em outro evento da HP, sobre a nova linha de storages da empresa. Antes da apresentação dos produtos, aconteceu um simpático "Demo Cooking" com o Chef Manuel Coelho. Ele descontraiu os participantes com uma excelente demonstração de como se fazer um churrasco, desde a preparação da carne até ao ponto de degustação ideal para cada tipo de paladar.
E o que eu quero dizer com isso ? Que o valor de iniciativas de integração de RH nas organizações é muito importante. Esta simples e eficiente estratégica de integração do evento me fez sair de lá pensando como é fundamental toda esta dinâmica de gestão de pessoas no sucesso de nossos projetos. Todas os modelos de boas práticas utilizadas em TI (ISO 17799, ITIL, CobiT, PMBoK, entre outros) lidam com este tema, e não é por acaso. O tripé Processos, Pessoas e Tecnologia está presente em todas as organizações e configura-se no grande foco para iniciativas de Governança. A TI Verde, da mesma forma, endereça exatamente reestruturação de processos, baseado em tecnologias (que surgem a todo o momento) e "pessoas". É fundamental uma mudança cultural para que o universo de funcionários e colaboradores contribuam com as iniciativas propostas em um projeto de TI Verde. E, da mesma forma que um gestor de TI faz parcerias com seu RH para campanhas de conscientização, planos de recompensa e atividades de integração em muitos de seus projetos, deverá fazê-las também para iniciativas "Verdes".
Lembre-se: nas organizações, nosso trabalho é, essencialmente, feito em equipe.
quinta-feira, 24 de janeiro de 2008
BLADE x RACK
A tecnologia Blade está nativamente alinhada com o conceito de virtualização de servidores, outra tendência mundial, o que a torna uma solução que merece atenção para projetos de Datacenters "Verdes". Não é surpresa que ela tem sido uma opção bastante utilizada globalmente, como foi confirmado no evento "Data Center World" no Texas, EUA. que ocorreu no segundo semestre do ano passado. Uma questão que foi levantada neste encontro é que a tecnologia Blade poderia contribuir para elevar o consumo de energia por metro quadrado em Datacenters e, consequentemente, também demandaria novas técnicas de refrigeração do espaço, uma vez que há mais máquinas em operação por metro quadrado.
Na minha opinião é claro que, teoricamente, os "boxes" Blade poderiam consumir mais por metro quadrado do que uma solução em rack, já que reunem um número maiores de servidores. Porém o componente de eficiência energética é um fator a ser ponderado e tem sido um dos grandes marketings para a venda destes produtos. Como disse acima, a HP prometeu economia de até 40 % em relação à mesma configuração com solução rack.
No final das contas, temos que considerar tudo isto em nosso projeto para saber se realmente "mais vale um Blade na mão do que dois Racks aposentados".
quarta-feira, 23 de janeiro de 2008
DEU NO "O GLOBO"
Na edição de domingo 20/01, acordo e leio a seguinte manchete: "País adotará regras para reduzir uso de energia". Esta iniciativa é parte dos esforços que terão de ser empreendidos pela sociedade para atender as exigências de conservação de energia estabelecidas pelo governo, pois em 2008 começa a valer a determinação do planejamento energético nacional: economizar, até 2030, o equivalente à geração de duas hidrelétricas de Itaipu.
Entre as medidas preparadas pelo governo estarão a obrigatoriedade da União comprar apenas equipamentos eficientes (selo A do Procel), expansão do uso da energia solar e projetos arquitetônicos em prédios comerciais e públicos que priorizem menos consumo de ar-condicionado e iluminação. Para isto, discute-se a redução de impostos para o uso de energia solar e recursos do BNDES para as Indústrias produtivas que se valerem destes mecanismos.
Perceberam a janela que se abre para os projetos na área de TI Verde ? Mesmo que ainda não exista um tratamento direto do Governo para ações sustentáveis na área de TI, já dá prá perceber que o caminho está aberto e este cenário já é uma boa ajuda na argumentação com nossos "Sponsors" e outros influenciadores para um projeto neste sentido. Para os gestores de TI de empresas e órgãos públicos a conversa é ainda mais direta, pois, numa abordagem de Governança de TI, há claramente um alinhamento estratégico de ações como esta com o compromisso social, além da óbvia redução de gastos em um momento de necessidade de cortes nos gastos públicos.
Numa época de racionamento velado, a TI pode, sem dúvida, dar sua contribuição.
segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
EFICIÊNCIA EM ENERGIA, MOTOR DAS INICIATIVAS "VERDES" EM TI
Mesmo com a ampla gama de iniciativas possíveis em projetos de TI Verde, as grandes empresas mundiais de tecnologia tem focado grande parte de seus esforços na eficiência do consumo de energia em Datacenters. No ano passado eu pude conferir aqui no Rio o Road Show da SUN Microsystems sobre eco-eficiência em Datacenters, onde ela apresentou, entre servidores que consomem menos energia e dissipam menos calor, o seu interessante projeto Blackbox (http://www.sun.com/emrkt/blackbox/index.jsp).
Da mesma forma, a HP, outra grande, também tem seu portfolio de soluções eco-eficientes em Datacenters. Já a IBM lançou em maio do ano passado o projeto "Big Green", grande jogada de marketing com o nome "Big Blue", maneira como a gigante de tecnologia é conhecida no mercado. Investimentos da ordem de 1 bilhão de dólares pretendem aumentar a eficiência dos produtos da IBM, com soluções que possibilitam reduzir em até 42 % o consumo de energia em um Datacenter. Para isto conta com um time global de 850 "arquitetos em eficiência de energia", o seu "Green Team". Da mesma forma que o "Chief Environmental Strategist" da Microsoft que citei numa postagem anterior, o "Energy Efficiency Architect" da IBM é um mercado que se abre aos profissionais de TI. E como também comentei sobre certificações à vista neste mercado efervescente, a mesma IBM saiu na frente em novembro de 2007 e lançou um programa de certificação em eficiência de energia, fornecendo aos seus clientes auditoria e benchmark para soluções "verdes" em seus Datacenters.
E aí, este mercado é ou não é promissor ?
"CHIEF ENVIRONMENTAL STRATEGIST" - QUEM SE HABILITA ?
Em uma notícia da Network World do dia 09 de janeiro, li sobre as iniciativas verdes que a Microsoft está promovendo em seu ambiente organizacional. Leia a notícia aqui. Entre caminhões movidos a biodiesel e Datacenters dotados de energia solar, chamou-me a atenção o recém-criado cargo de "Chief Environmental Strategist", ocupado na companhia de Redmont por Rob Bernard. Nós que vivemos na era dos "C's" (CEO, CFO, CIO, CSO, entre outros), agora ganhamos o CES. Segundo o próprio Bernard, sua função será fornecer mais estrutura, orientação e assistência para ajudar as pessoas a pensar sobre estes problemas e criar um ciclo de melhoria contínua. Fazer com que os funcionários tratem as questões de responsabilidade ambiental dentro do contexto de suas funções é o desafio que se apresenta para o CES da Microsoft, dentro e fora do ambiente de TI.
Interessante o perfil estratégico desta função dentro da companhia. Da mesma forma que nos últimos anos o papel do Security Officer ganhou força ao repensar os processos organizacionais sob a ótica da segurança da informação, os profissionais voltados às questões ambientais passam a olhar para a organização pelo viés da sustentabilidade. Do jeito que o mercado é ávido por certificações, não será surpresa o surgimento de uma especialização e um novo exame ao longo dos próximos anos. Na realidade, até já existe uma certificação para Datacenters, mas isso eu falo em outra postagem.
NOVA ORDEM MUNDIAL
Nesta primeira postagem, gostaria de dar as boas vindas a todos os visitantes e fazer uma breve reflexão sobre esta "Nova Ordem Mundial" que são os debates sobre as mudanças climáticas. Diariamente recebemos informações sobre decisões de líderes mundiais, as queimadas, o degelo nos pólos. As projeções mais pessimistas são contestadas por alguns especialistas, mas ninguém discorda em um ponto: precisamos fazer alguma coisa para mudar este quadro. Grandes companhias mundiais, como a Coca-Cola e o Wal-Mart, já possuem programas endereçando estas questões. No Brasil, muitas empresas viram que o marketing do compromisso ambiental é poderoso, e já temos por aqui desde o "Banco do Planeta" e até o Seguro com Carbono-Zero.
Segundo notícia da Reuters Interactive em 17 de janeiro deste ano, o investimento em tecnologias "verdes" no ano de 2007 chegou a 5 bilhões de dólares. O The Cleantech Group LLC (www.cleantech.com) informou que o investimento no mercado de energia alternativa na América do Norte e Europa foi de U$ 5,18 bilhões em 2007 contra U$ 3,6 bilhões em 2006. As companhias geradoras de energia foram as maiores beneficiadas com U$ 2,75 bilhões, e tecnologias como energia solar, energia eólica e biocombustíveis entre as mais cotadas. Segundo John Balbach, do Cleantech Group, "este mercado está começando a ganhar velocidade na medida que o número de tecnologias e soluções estão crescendo". Na sequência de investimentos estão companhias de armazenamento de energia e eficiência de energia. O crescimento previsto para estes investimentos é de 20 a 30 % ao ano, com muito foco em companhias na China e India.
Os dados estão lançados. E quando e como a TI vai entrar neste jogo ?
Isto é o que eu pretendo discutir neste espaço.