sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

A Bahia e a Sustentabilidade ...

Muito bacana minha passagem rápida por Salvador, onde palestrei no último dia do evento, 16/12, na 3ª semana Estadual de TIC na Bahia. Além muito bem recebido por todos, em especial pelo organizador do evento, Carlos Stucki, percebi o interesse do público local pelo tema "TIC Verde", para o qual, como é minha característica, procurei dar ênfase à questão estratégica. Clique aqui e leia o comentário no site do Governo da Bahia.

É interessante perceber, no caso da Secretaria De Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação da Bahia (SECTI-BA), organizadora do evento, que há reais preocupações neste sentido. Não por acaso, o próprio Secretário de Estado, Eduardo Ramos, é o representante do Governo Bahiano na COP 15, onde busca melhor alinhamento com estas questões. A preocupação da SECTI-BA dá sinais de que projetos de implementação de TIC Verde no governo bahiano serão bem-vindos, e certamente terão o respaldo da alta direção.

Em minha palestra procurei passar um pouco de minha experiência junto ao setor público, com 10 anos dedicados ao Governo RJ. Apesar de características peculiares, o setor público deve ter, na minha opinião, os mesmos objetivos empresariais: ser rentável em suas atividades, pensar estrategicamente e a longo prazo, ser inovador sempre e, muito importante, valorizar seu corpo funcional, com maior investimento na área de recursos humanos, algo que o mercado já chama de "talentos humanos". E a sustentabilidade sócio-ambiental permeia todas estas considerações. Foi muito bom conversar com muitas pessoas após o evento, que se mostraram interessadas no tema. Realmente espero que minha abordagem possa colaborar no planejamento dos projetos de TIC de cada um dos presentes, pois esta é uma tendência mundial, que todos devem estar atentos.

Voltei para o Rio com ótimas impressões de Salvador: pessoas simpaticíssimas, acolhedoras, um evento muito bem organizado, e uma cidade encantadora. O Pelourinho, Farol da Barra, a Baía de todos os Santos, enfim, muitas belezas que fazem de Salvador um lugar especial. Como disse ao final de minha apresentação, só tinha uma reclamação: que o último dia do evento não foi numa sexta-feira, quando poderia "esticar" o final de semana para aproveitar melhor a cidade. Salvador deixou saudades ...

domingo, 13 de dezembro de 2009

Semana da TIC na Bahia - Palestra

Na próxima semana, entre os dias 14 e 16 dezembro, Salvador será a casa da III Semana Estadual da Tecnologia da Informação e Comunicação da Bahia. O site do evento com toda a programação é www.secti.ba.gov.br/semanaticbahia . Eu tive a honra de ser convidado a palestrar no último dia do evento, e minha idéia será falar um pouco de oportunidades e desafios em projetos relacionados à TIC Verde. É muito importante a participação cada vez maior do setor público nas questões relativas ao desenvolvimento sustentável, e a TIC, com seu papel integrador em todas as áreas, é elemento fundamental nesta discussão.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

1º Encontro do "Green Drinks" no RJ

O Green Drinks International (www.greendrinks.org) é uma rede global de networking entre profissionais de sustentabilidade e pessoas interessadas no tema. A rede está ativa em mais de 642 cidades pelo mundo, incluindo São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, que sediará no dia 03/12 o seu primeiro encontro. A idéia é promover a discussão de temas relevantes ao universo do desenvolvimento sustentável em um clima descontraído, onde as pessoas possam fazer troca de experiências e estabelecer novos contatos.

Nesta primeira edição, o convidado é muito especial: Sergio Abranches (foto), PhD, cientista político, pesquisador independente sobre Ecopolítica e comentarista da rádio CBN, onde mantém o boletim diário Ecopolítica. É co-fundador de O Eco, agência de notícias ambientais apoiada pelas fundações Avina e Hewlett, dedicada a ampliar a pauta ambiental na imprensa e treinar jovens jornalistas na cobertura sobre meio ambiente no Brasil, além de muitas outras atividades.

Seguem as informações: 03/12, quinta-feira, às 18 hs no TABERNINHA (anexo ao tradicional Taberna da Glória (www.tabernadagloria.com.br).

Parabéns à Maria Rita Villela, organizadora do Green Drinks carioca, pela iniciativa pioneira. Qualquer pessoa interessada em questões ambientais está convidada, e deve levar 2 amigos com o mesmo perfil. Nada melhor que o espírito carioca para fazer do Green Drinks um evento imperdível. Eu estarei lá !

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Um dia na vida de um "Chief Sustainability Officer"

Há algum tempo atrás, eu discuti alguns cargos "verdes" que começam a surgir no mercado. O post está aqui. Hoje, visitando a página do Green Economy Post, eu li uma interessante matéria sobre Kathrin Winkler, Diretora e "Chief Sustainability Officer" da EMC Corporation. Na rápida passada por seu dia de trabalho, percebe-se como funciona o papel estratégico deste profissional dentro de uma grande corporação de TIC. São reuniões e áudio conferências envolvendo "Green IT", Green Grid, regulações, selos verdes, parcerias com ONGs e, acima de tudo, oportunidade de negócios. Dê uma conferida na matéria aqui para conhecer a rotina diária da TIC Verde em uma empresa de excelência tecnológica.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

GE e o meio ambiente

Segue um link (clique aqui) para os webcasts promovidos pela Building Operating Management, revista que trata sobre novas tecnologias e administração eficiente de edifícios. A publicação dedica-se muito à questão sustentável, com bastante informação sobre certificações LEED, redução de custos com energia e Data Centers.

O próximo webcast ocorrerá dia 03/12, e trará a experiência da GE nesta área, ela que tornou-se uma das direcionadoras mundiais no tratamento sustentabilidade empresarial como oportunidade de negócios. Webcasts passados ficam disponíveis para que o público possa assisti-los gratuitamente. Aproveitem !

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Green Coca-Cola

Acabei de assistir o programa "Espaço Aberto" com Miriam Leitão, na Globonews, onde a jornalista entrevistou o presidente mundial da Coca-Cola, Muhtar Kent. Kent veio ao Brasil inaugurar uma fábrica do Mate Leão em Curitiba, que terá certificação LEED , promete usar muito menos água e emitir menor quantidade de carbono na atmosfera.

Ele falou da parceria com o World Wildlife Fund (WWF), da preservação dos ursos polares, do legado que devemos deixar para as gerações futuras e, acima de tudo, do compromisso da sua companhia em investir nestas iniciativas. Ele estará na conferência do clima em Copenhague no mês que vem, falando ao lado do presidente da Unilever, Paul Polman, deixando claro que as grandes organizações estão se mobilizando para as questões referentes às mudanças climáticas, mas que precisam do engajamento dos governos, pois sozinhas não conquistarão seus objetivos.

O papo com Miriam teve, de fato, a tônica da sustentabilidade. Só queria chamar a atenção para o fato de que, num momento pós-crise, onde as grandes companhias buscam a retomada de seus processos produtivos, o presidente mundial da marca mais conhecida no planeta fala sobre preservação do planeta. Lembrei-me do ótimo livro de Fernando Almeida, presidente do CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvlvimento Sustentável), que chama-se "O bom negócio da sustentabilidade". Cada vez mais não há dúvidas de que esta é uma porta que se abre para a solidificação das empresas, sendo uma excelente oportunidade de negócios.

Webinars da VMware

A VMware fará uma série de webinars em novembro e dezembro, onde mostrará algumas de suas diversas soluções de virtualização. Clique aqui para ter acesso ao link com a relação de eventos disponíveis. As inscrições são gratuitas.

Redes Inteligentes

Em tempos de apagão no Brasil, um tema que vem sendo discutido há alguns anos em todo o mundo merece uma postagem por aqui. O "Smart Grid", ou "Rede Inteligente", é uma inovação que usa a tecnologia digital para administrar a geração, transmissão e a distribuição de energia de todo o tipo de fonte, juntamente com a demanda. A idéia deste conceito é diminuir custos e promover um uso mais eficiente da energia, permitindo o desenvolvimento de plataformas transsetoriais para administração das necessidades energéticas de municípios, empresas, edifícios e residências.

Grandes empresas de tecnologia - Cisco, Dell, IBM - e concessionárias de energia estão investindo pesado nesta solução. Em um cenário como este, a TIC, além de colaborar na eficiência energética na ponta usuária (computadores, Data Centers, etc...), ajudaria numa distribuição mais eficiente, com menos perdas e mais segurança em sua utilização. Dois links interessantes no esclarecimento deste assunto são o do CPqD e, principalmente, do US Department of Energy. Neste último há vários pdfs que podem ser baixados gratuitamente, falando sobre a tecnologia e seus benefícios.

Ao percebermos esta semana, na prática, a fragilidade de nosso sistema de distribuição de energia, o "Smart Grid" torna-se um assunto interessante, que precisa ser mais difundido.

Sustentabilidade + Inovação

Esta é a matéria de capa da edição brasileira da revista "Harvard Business Review" que saiu em setembro de 2009: "Como o verde vai salvar as empresas". São ótimos artigos que traçam um painel interessante de como a questão sustentável tem sido tratada em algumas organizações, além de opinião de especialistas e estudiosos que defendem a adoção da sustentabilidade empresarial como estratégia inovadora.


São 16 páginas de muitas idéias e possibilidades de negócios, onde a onda "verde" é a protagonista. Também há outros artigos muito bons como o da dupla Kim e Mauborgne, autores do excelente livro "A estratégia do Oceano Azul", um livro que fala exatamente da criação de novos mercados, os "oceanos azuis", ao invés da concorrência sangrenta dos "oceanos vermelhos". Tudo a ver com o que discutimos sobre sustentabilidade por aqui.


Vale a pena cada centavo investido (a revista custa R$ 38,00). Deixo um pequeno texto do artigo escrito pelo trio Nidumolu-Prahalad-Rangaswami, que resume bem o espírito que a revista procurou dar ao tema: "Abordagens tradicionais à atividade empresarial irão ruir - e a empresa terá de buscar soluções inovadoras. Isso só ocorrerá quando a liderança entender uma verdade simples: sustentabilidade = inovação".

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Rita Mulcahy no Brasil

Ontem, 10/11, foi o dia do workshop de riscos de Rita Mulcahy no Rio de Janeiro. Para quem não conhece, Rita é uma referência mundial em gerenciamento de projetos, mais especificamente em gerenciamento de riscos, com muitas publicações que servem de material de estudo para milhares de pessoas em vários países. A iniciativa foi da Project Lab, consultoria em gerenciamento de projetos do RJ, e contou com uma grande presença de público.

O workshop foi bem movimentado, Rita é uma oradora experiente e articulada, irreverente em alguns momentos, e trabalha muito o lado motivador do gestor de projetos. Permeia sua apresentação com algumas técnicas interessantes, como a de "causa-risco-efeito" e "causa-oportunidade-efeito", onde prega que devemos entrar no detalhe do risco em nossos projetos, buscando não só a identificação do mesmo, mas entender de onde ele vem e para onde ele vai. Algo como avaliar o "ciclo de vida do risco".

Outro ponto interessante é que, o tempo todo, ela chamou a atenção para que todos vejam o lado positivo do risco, ou seja, as oportunidades que se abrem. Este foi um ponto em comum com o meu pensamento na questão relativa a gerenciamento de riscos de sustentabilidade. Acredito, e minha pesquisa de mestrado tem este foco, que o gerenciamento de riscos para questões do desenvolvimento sustentável sugere muitas oportunidades de negócios, vantagem competitiva e abertura de novos mercados. Está diretamente ligado à inovação. Eu pude rapidamente trocar umas palavras com a Rita ao final da apresentação e ela ficou muito entusiasmada com o tema "Sustainability Risk Management".

Infelizmente a apresentação sofreu o impacto de um "risco" que poderíamos classificar de desconhecido ("unknown-unknown"): quem poderia imaginar que haveria uma pane nos serviços da usina de Itaipu, não é mesmo ? Sem energia e com o RJ totalmente às escuras, a apresentação precisou ser interrompida, mas deu tempo de tirar esta foto com ela, registrando o momento. Foi difícil voltar para casa, porém valeu a pena ter a oportunidade de ouvi-la durante algumas horas.

domingo, 30 de agosto de 2009

Congresso SUCESU-SP - Fotos e apresentações

Segue o link para as fotos e apresentações do 2º Congresso de TIC Verde, realizado pela SUCESU nos dias 12 e 13 de agosto. Clique aqui.

domingo, 16 de agosto de 2009

TI Verde no Programa "Cidades e Soluções"

Bacana a iniciativa do André Trigueiro em seu programa "Cidades e Soluções" ao debruçar-se sobre o tema "TI Verde". O "Cidades e Soluções" busca disseminar práticas que enderecem o Desenvolvimento Sustentável nas grandes cidades. É verdade que a IBM é patrocinadora do programa e abocanhou uma fatia das matérias apresentadas, mas isto não invalida o resultado do programa, que cobriu eficiência energética, redução de emissões, melhor uso do espaço e tratamento adequado para o lixo eletrônico. Verdade seja dita, a IBM anunciou em maio de 2007 seu programa "BIG GREEN", onde, desde então, tem investido pesadamente na questão ambiental como solução empresarial para seus clientes.

Em 30 minutos de programa não dá para falar muito de como a TI Verde deve ser abordada nas organizações, mas algumas ações pontuais foram explanadas, chamando a atenção para os ganhos em economia que proporcionaram. A exposição na mídia abre um caminho importante para que as empresas acreditem cada vez mais no diferencial que a TI Verde, ou TIC Verde, pode ter como processo transformador nas organizações.

Clique aqui para ir no website do programa e ler mais sobre a matéria. Parabéns ao André Trigueiro pela atualidade do tema. Nós, profisionais de TI, agradecemos.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

TIC Verde e a SUCESU-SP

Foi muito boa a ida à SP para a 2ª edição do Congresso TIC Verde, da SUCESU-SP. A organização estava impecável, um auditório bem equipado e um público atento às palestras que, no primeiro dia, mostraram-se muito diversificadas, colaborando na abrangência do tratamento do tema do evento. Fiquei particularmente feliz com a receptividade à minha palestra, onde pude compartilhar com todos minhas idéias sobre Gerenciamento de Projetos e Sustentabilidade.

Agradeço ao Albino Pinto, Herbert Mascarenhas, José Jairo, Nelson Segoshi e Ellen Vasta pelo carinho com que me receberam. Minha intenção era deixar a mensagem de que, atualmente, projetos são estratégicos para as organizações e, a partir do viés da sustentabilidade, podem endereçar ações neste sentido. A tendência é que o entendimento sobre o ROI de projetos mude sob a ótica da sustentabilidade, e áreas como gerenciamento de riscos, escopo, tempo e aquisições, entre outras, sejam também influenciadas.

Quando a SUCESU-SP publicar em seu site o registro do evento, eu colocarei o link aqui.

domingo, 9 de agosto de 2009

Palestra - Congresso TIC Verde 2ª Edição

Nos próximos dias 12 e 13 de agosto acontecerá a 2ª edição do Congresso TIC Verde, promovido pela Sociedade de Usuários de Informática e Telecomunicações de São Paulo - SUCESU-SP. Clique aqui para visitar o website do evento.

No primeiro dia do evento eu apresentarei minha visão sobre Gerenciamento de Projetos e Sustentabilidade, com enfoque para alguns elementos ligados à TIC Verde, mostrando como as boas práticas podem colaborar em ações neste setor. O congresso ainda trará vários temas interessantes e é uma ótima oportunidade para todos o interessados verem as diversas facetas da TIC Verde no cenário atual.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Palestra na UGF

Foi muito bacana a oportunidade de compartilhar minhas idéias sobre sustentabilidade em projetos de TIC com os alunos de Pós-graduação em Redes e Pós-graduação em Gestão de Segurança da Informação da Universidade Gama Filho no dia de ontem. O público mostrou-se muito interessado sobre o tema e participou ativamente no momento reservado às perguntas. Abaixo deixo uma foto minha com Paulo Stecklow, organizador do evento e professor da UGF. O curioso é que reencontrei o Paulo após 21 anos: ele foi meu estagiário no meu primeiro emprego, onde eu era Técnico de Informática na Suporte Sistemas, no RJ. A vida, de fato, dá voltas. Agradeço ao Paulo e à Universidade Gama Filho pela oportunidade.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Sustentabilidade em Projetos de TIC

Hoje, dia 06 de agosto, terei a honra da fazer uma palestra na Universidade Gama Filho, na Candelária, Centro do Rio de Janeiro, sobre o tema "A Sustentabilidade em Gestão de Projetos de TIC". Primeiramente, é uma grande alegria pelo fato de eu ter iniciado meu curso de Engenharia Eletrônica na própria Gama Filho, onde fiz apenas 01 semestre, passando em seguida para o CEFET-RJ. Em segundo lugar, por ser um evento de TIC, voltado à Segurança da Informação, e os organizadores estarem interessados no tema sustentabilidade.

O evento é o "III ENTIC - Encontro de Profissionais de Tecnologia da Informação e Telecomunicações". Depois eu posto aqui minhas impressões sobre a apresentação.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Data Center "by the book"

Em notícia da IDG News, o Green Grid consortium anunciou planos para criar um guia para a criação de Data Centers eficientes em energia. Estes planos foram discutidos no encontro anual do Green Grid, que realizou-se na semana passada em San José, EUA. Neste mesmo encontro também foi discutido o PUE (Power Usage Effectiveness), métrica surgida no ano passado que proporciona uma maneira de medir a eficiência do Data Center, e que já é utilizada por gigantes como Microsoft e Google.

O chamado "Data Center 2.0" design guide deverá ser lançado daqui há um ano, segundo Mark Monroe, board member do Green Grid e diretor de computação sustentável da Sun Microsystems. Como há muita documentação sobre o assunto, o objetivo do Green Grid é reunir tudo num guia que proporcione um ponto único de consulta a todos os interessados.

A americana Environmental Protection Agency (EPA), a mesma agência que criou o selo "Energy Star", estima que os Data Centers representam 1.5% de todo o consumo de eletricidade dos EUA, e acredita que este percentual dobrará até 2011. Vale a pena uma visita à página do Green Grid, onde há muita documentação em pdf que pode ser baixada gratuitamente, e é um ótimo material para gestores de Data Centers.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Obama e a eficiência energética

Está no jornal O Globo de hoje e no blog da Marília Martins (clique aqui): "Obama quer reduzir em 30% gastos de energia do governo".

Ao assinar ontem um memorando com novas diretrizes para sua política de energia, o presidente americano quer mais rigor nos níveis de economia de energia em todos os eletrodomésticos vendidos no país, quer incentivar a produção de veículos bicombustíveis e a distribuição de combustíveis considerados limpos, além de promover mudanças em prédios públicos no sentido de torná-los mais econômicos em termos de energia e menos poluentes em termos ambientais (a tendência de "edifícios verdes" já comentada em postagem anterior). O presidente quer reduzir em 30% as contas de luz do governo.

O físico Steven Chu, vencedor do Premio Nobel por pesquisas atômicas feitas com laser, é o Secretario de Energia de Obama e um dos mais notórios defensores da mudança da matriz energética americana na direção de fontes alternativas menos poluentes. Os primeiros resultados já devem ser sentidos em agosto de 2009, com regulamentações para aparelhos de arcondicionado, aquecedores, microondas, lavadoras de pratos, fornos elétricos e lâmpadas, mas laptops e celulares também estão na mira de Obama ainda este ano.

Esta ação surge em complemento a outra medida de Obama, que busca limitar o uso de gases poluentes em automóveis e dar maior autonomia de veículos com um galão de gasolina, entre outras medidas. O bacana destas ações imediatas na nossa área de TI é o efeito em cascata que ela gera. Sendo uma política de governo, top-down, há uma pressão ainda maior para que as organizações em geral tenham isso como meta corporativa. E, assim sendo, se transforma numa ótima oportunidade para aplicação de processos para "esverdear" a TIC. No caso de empresas multinacionais então, talvez haja um rápido reflexo por aqui de medidas que suas matrizes ou filiais americanas venham a tomar e que se transformem numa tendência global.

Taí mais uma boa argumentação para nós utilizarmos em nossas exposições sobre o tema, não é mesmo ?

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Responsabilidade Social e Profissional em Projetos

O mineiro Ricardo Vargas é um dos fundadores do PMI-MG e tem muitos anos de atuação em Gerenciamento de Projetos. Atualmente é chair do PMI Internacional. Em seu website ele fornece vasto material sobre o tema. Uma das coisas que me chamou a atenção foi o "5 minute PM podcast". São "pílulas" em aúdio que discutem alguns temas relevantes na área de gerenciamento de projetos disponibilizados semanalmente.

Um deles (de dezembro de 2008) trata exatamente de Responsabilidade Social e Profissional em projetos, onde o meio ambiente é considerado. Com sua linguagem informal e simpática, Ricardo confirma que este é um tema que vem sendo muito discutido nos congressos internacionais do PMI. Considerar a sustentabilidade em projetos é, de fato, uma tendência mundial: obter prosperidade com responsabilidade, conduzindo eticamente os nossos projetos.

Ele argumenta: se "esfolarmos" nosso fornecedor por preço, por exemplo, será que estamos sendo responsáveis ? Philip Diab, chair do PMI em 2008, numa conversa com Ricardo, afirmou : "o gerenciamento de projetos é uma das melhores formas de levar prosperidade para o mundo. Agora, se não o fizermos de uma forma responsável, podemos criar uma bomba atômica".

Pois é. Vivemos imersos em projetos diariamente. Todos eles são formados por pessoas. Com estes stakeholders devemos ter uma relação "ganha-ganha", onde todos prosperam. O maior objetivo é criar meios de prolongar a vida útil destas relações, dos negócios e da sociedade. O meio ambiente entra neste contexto, como um stakeholder que deve ser considerado. A distribuição de resultados a qualquer preço pode custar caro ao seu gestor. A atual crise financeira mundial, onde os três pilares da sustentabilidade (prosperidade econômica, justiça social e reponsabilidade ambiental) não estiveram equilibrados em muitas grandes empresas, causou um colapso em cascata, uma vez que vivemos num mundo "plano" (conforme já falou Thomas Friedman) , cujas relações comerciais são cada vez mais interdependentes.

Vale a pena uma verificada no site do Ricardo. Para ter acesso aos podcasts é necessário fazer um registro gratuito.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

ITIL e a Sustentabilidade

Eu participo de um ótimo grupo de estudos da ITIL (Information Technology Infrastructure Library), que trata de gerenciamento de serviços de TI. O grupo é liderado por dois excelentes profissionais da área: Patrícia Aquino e Marcos André, ambos certificados em Service Manager.

Em uma discussão recente no grupo, levantou-se a questão: até que ponto a ITIL endereça a TI Verde ? Eu peço licença para reproduzir abaixo a minha resposta:

"Muitos estudiosos tratam a cadeia de valor corporativa sob o conceito dos "três pilares" (ou "three bottom line"): prosperidade econômica, justiça social e responsabilidade ambiental. Para se manterem no mercado a longo prazo com toda a visibilidade e projeção, os especialistas consideram que um organização deve atender estes três pontos. É uma questão de sobrevivência. Hoje temos o entendimento de que as questões envolvendo a sustentabilidade (ambiental e social) devem estar na pauta estratégica de todas as corporações. A TI Verde não deve ser tratada como algo separado da Governança de TI. Ela está inserida neste processo. Da mesma forma que, num patamar acima, a sustentabilidade empresarial faz parte da Governança Corporativa. O IBGC tem um paper interessante sobre isso, juntando Governança Corporativa e Sustentabilidade, está no website deles. Portanto, a TI Verde deveria ser preocupação direta dos CIOs em vários de seus aspectos, alinhada com metas como eficiência energética, reciclagem, atendimento aos interesses de novos stakeholders, valorização da marca, mudança na relação com fornecedores, entre muitos outros pontos.

Se por um lado pode parecer frustrante que os frameworks de TIC não toquem diretamente no assunto ambiental, há uma grande contribuição que todos eles podem nos dar: comportamento ético, respeito, gerenciamento de stakeholders e visão estratégica. Desta maneira, abre-se um universo de possibilidades para tratarmos a
TI Verde, principalmente neste momento em que o meio ambiente é palavra de ordem. Mas esta discussão não é nova (vem desde o final da década de 80, quando o termo "desenvolvimento sustentável" surgiu), e acho até que, realmente, a v3 do ITIL poderia tocar um pouco neste assunto. Mas isso, de longe, não chega a ser um problema.

Ao ter um foco cada vez maior em entregar valor ao negócio através do gerenciamento de seus serviços de TI, a ITIL acaba, sutilmente, levando em consideração questões ambientais nos processos de tomada de decisão. Embora falhe ao não endereçar o impacto ambiental da entrega de serviços, as práticas da ITIL buscam orientar a TI na direção e objetivos do negócio. Se o negócio da organização envolve a sustentabilidade, a TI Verde certamente surgirá neste cenário.

Creio que o "Service Strategy" (que, aliás, tem uma capa bem sugestiva, com uma planta !) pode nortear várias ações neste sentido: na parte de composição de valores (o que o cliente deseja, como ele quer a entrega), na parte de benefícios (valor para o cliente), na parte de processos estratégicos, na parte de casos de negócio, entre outros. Como já dito, um framework de governança abre possibilidades imensas
de interpretações em prol do negócio. E se o negócio quer o pilar ambiental, o framework pode colaborar e muito...

... Finalizando, minha opinião é que a responsabilidade ambiental deve ser incluída não apenas em projetos de ITIL, mas em qualquer projeto, TI ou não. Analisar o impacto ambiental de qualquer iniciativa nova é fundamental, e o que puder ser capitalizado em favor da organização deve ser feito. Os frameworks são grandes parceiros neste sentido."

Ainda aproveitei para citar, como exemplo, um artigo do Uptime Institute chamado "Using ITIL to Gain Data Center Effiency". Clique aqui para baixá-lo. Nele, o autor cita o gerenciamento de mudança e o de configuração como elementos capazes de atuar melhor na eficiência do seu Data Center, e as métricas provenientes da gestão por indicadores em serviços de TI podem ajudar muito também. A conclusão do artigo é que os princípios da ITIL com relação aos problemas estruturais, mudança e configuração, aliados às métricas, provêem dados importantes para tomadas de decisão neste sentido.

Em resumo: as "boas" práticas sugeridas nos frameworks em geral, e a ITIL é uma delas, tem, na essência, um compromisso ético que pode colaborar e muito na implementação de ações ambientalmente responsáveis. É uma questão de saber interpretar como agregar valor ao negócio.

Bem, vamos falando mais sobre frameworks em outras postagens ...

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

A Informação, segundo Castells

Aproveitando o gancho da postagem anterior, gostaria de comentar rapidamente sobre Manuel Castells e seu livro "A sociedade em rede". Leitura obrigatória para um entendimento histórico da revolução da tecnologia da informação, o trabalho literário do espanhol foi publicado em três volumes, com o título de "A Era da informação: Economia, sociedade e cultura", onde "A sociedade em rede" é o primeiro deles. Para Castells, a sociedade contemporânea é globalizada, centrada no uso e aplicação de informação e conhecimento, cuja base material está sendo alterada aceleradamente por uma revolução tecnológica concentrada na tecnologia da informação, tudo sujeito a profundas mudanças nas relações sociais, nos sistemas políticos e nos sistemas de valores. É um livro de uma consistência enorme, que analisa as várias revoluções que a informação permitiu, permite e ainda permitirá. Na gestão desta informação está um dos segredos do sucesso.

O desenvolvimento sustentável suscita um debate acerca de quais devem ser, de fato, os valores corporativos no mundo atual. O trabalho de Castells nos provoca exatamente este tipo de pensamento com relação aos nossos processos em TIC. Citando uma das passagens de seu livro, “ao transformarem os processos de processamento da informação, as novas tecnologias da informação agem sobre todos os domínios da atividade humana e possibilitam o estabelecimento de conexões infinitas entre diferentes domínios, assim como entre os elementos e agentes de tais atividades".

Gestão da Informação. Mudança de processos. Governança. Inovação. Eis alguns dos caminhos para a sustentabilidade em TIC.

Um pouco de história ...

O ano é 1946. Ele marca a chegada do primeiro computador programável, o ENIAC - Electrical
Numerical Integrator and Calculator (foto ao lado). Criado na Universidade da Pensilvânia e com patrocínio do exército americano, o computador pesava cerca de 30 toneladas, tinha 70 mil resistores e 18 mil válvulas a vácuo. O tamanho ? Ocupava todo um ginásio esportivo, cerca de 180 m2.

Num momento em que falamos de eficiência energética e sua aplicação na TIC, o curioso é saber que, quando o ENIAC foi ligado, seu consumo de energia tão alto quando que as luzes da Filadélfia piscaram. Isto está relatado no excelente livro de Manuel Castells, de 1999, intitulado "A sociedade em Rede", da editora Paz e Terra (falo mais sobre este livro em outra postagem). A primeira versão comercial desta máquina surgiu em 1951, após o invenção do transistor em 1947, com o nome de “UNIVAC 1”, e foi utilizada no processamento dos dados do censo norte-americano de 1950. Mais detalhes da historia do ENIAC pode ser lida aqui.

Hoje em dia são muitas as opções para tratar economia de energia em TIC: Thin clients, Blades, Data Centers verdes, monitores de LCD, chips eco-eficientes, virtualização e consolidação de servidores, conformidade à normas como Energy Star, entre outras. Aliás, uma matéria da IDG NEWS publicada pela COMPUTERWORLD (ler aqui) fala exatamente que estas são pequenas ações para quem quer começar, ainda que timidamente, um processo de TI Verde.

Mas sabemos que isso é só o começo. Na mudança dos processos é que está o "core" das ações.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Reflexões sobre a crise #2: "Green IT" entre as previsões do IDC para 2009

Entre as 10 previsões do IDC para 2009 na área de tecnologia, a TI Verde está bem cotada. Segundo o instituto, a TI Verde terá um bom ano, tratada como "corte de custos". Com a tendência de um aperto finaceiro, investimentos com retorno a longo prazo não deverão ser prioridade, segundo o IDC. Tecnologias como a virtualização, Servidores e Storages eficientes (em energia e espaço) e cloud computing continuam com fôlego para 2009.

Muitos dos investimentos em TIC tendem, segundo o IDC, à eficiência energética. Repercute favoravelmente as declarações de Barack Obama no sentido de priorizar investimentos neste setor. E os mercados emergentes - como a América Latina - deverão ser o epicentro da inovação verde. O relatório do IDC pode ser lido aqui.

Bom saber que o IDC vê em mercados emergentes um foco destas inovações, o que é uma boa oportunidade para o Brasil. Mas não gostei muito da previsão de que a TI Verde será tratada como "corte de custos". Acho que é uma visão muito reducionista deste processo. É claro que ela é "também" isso, e talvez seja até seu grande motivador inicial, mas outras dimensões devem ser consideradas, aliás, é o que sempre discutimos aqui. De qualquer forma, é ótimo ver a TI Verde na agenda das tendências 2009.

Reflexões sobre a crise #1 ...

Para quem quiser se aprofundar mais no tema de créditos de carbono, o endereço www.carbonobrasil.com é uma ótima pedida, com notícias atualizadas sobre o mercado. Duas notícias recentes que me chamaram a atenção fazem referência ao comportamento do mercado de carbono diante da crise econômica mundial.

As negociações no mercado de carbono mundial chegaram a US$118 bilhões em 2008, crescimento de 84% em relação ao ano anterior. Foram transacionadas quatro bilhões de toneladas de permissões de emissão de gases do efeito estufa, o que representa um crescimento de 42% com relação a 2007. Apesar das incertezas econômicas , há uma previsão de que, em 2009, os negócios cheguem a US$ 150 bilhões. Clique aqui para ler a notícia completa.

Este otimismo contrasta com o fato de que as ações do setor de energias limpas cairam 61% em 2008. As mais afetadas foram empresas de energia solar e de biocombustíveis. O barateamento dos combustíveis fósseis e a fuga de investimentos em virtude da crise econômica foram os maiores responsáveis. Porém, o "efeito Obama" trouxe um sopro de vida ao recuperar algumas ações desde o final do ano passado, uma vez que o Presidente eleito nos Estados Unidos prometeu novos investimentos na área ambiental, principalmente com relação à energia limpa. A notícia completa está aqui.

O que podemos concluir é que há uma preocupação generalizada de que a crise afete diretamente os investimentos nas ações ambientalmente responsáveis. Se a empresa tiver que cortar custos, uma das areas quer poderá sofrer é exatamente esta.

Porém, se tais ações são pensadas de forma estratégica dentro da organização, visando oportunidades de negócios, melhor imagem junto a sociedade e valorização da marca da empresa, tais cortes neste setor não são justificáveis. Acredito que, na garupa da crise, teremos um "quem é quem" das ações ambientalmente responsáveis, pois os que pensam estrategicamente, certamente, continuarão com seus projetos neste sentido. Por isto, se alguém acha que não é hora de falar em TI Verde na sua empresa está enganado. A crise não pode ser desculpa para engavetar projetos que sejam justificáveis. Cabe ao gestor de TIC argumentar que tais investimentos garantem retorno e estão alinhados ao programa sustentável da organização. Difícil ? Pode ser, mas não impossível.

Para deixar seu website "Verde" !

O www.co2stats.com promete colaborar para tornar sua página na internet ambientalmente responsável. Entre os serviços oferecidos estão o monitoramento do uso de energia do seu website, dicas de como tornar sua página mais eco-eficiente (além de carregamento mais rápido) e a quantidade de energia renovável que deve ser adquirida para fazer a neutralização das pegadas de carbono (energia solar e eólica, por exemplo) .

Vale a pena dar uma verificada, pois é interessante como o mercado pouco a pouco começa a criar as oportunidades de negócio ambientalmente sustentáveis.

Pesquisar no Google ou ferver a água ?

Uma simples busca no Google produz cerca de 7g de dióxido de carbono(CO2). Esta foi a afirmação do americano Alex Wissner-Groos, físico da Universidade de Harvard. Isto significa que apenas duas buscas no site é equivalente a mesma quantidade de CO2 gasta para se ferver uma chaleira de água num dispositivo elétrico. Leia aqui a reportagem na página da BBC.

O cálculo envolve emissões tanto no centro de dados do Google quanto no computador que faz a consulta, baseando-se na velocidade de processamento da informação no Data Center. "Nosso trabalho não tem nada a ver especificamente com o Google. Nosso foco foi a Web como um todo", diz Alex.

Já o Google contestou estes número em seu blog (veja a postagem aqui). A empresa alegou que uma busca leva menos de 0.2 segundos e que utiliza ainda menos tempo nos servidores. Dessa forma, seriam consumidos 0,0003 kWh por busca, equivalentes a 0,2g de CO2. O Google ainda citou várias de suas iniciativas com relação à eficiência energética de seus centros de dados e suas parcerias com instituições ambientalmente responsáveis.

Quem está certo ou errado não importa. Numa época em que o Gartner estima que 2 % das emissões mundiais de CO2 vem da área de TIC, o que vale observar é que, de fato, precisamos ter um olhar cada vez mais sustentável, desde a concepção dos nossos projetos até a reavaliação de nossos processos atuais. Notícias como esta mostram que "todo mundo está de olho" em nossas atividades, e o negócio agora não é apenas realizar de forma certa nossos projetos, mas, cada vez mais, realizar o projeto certo.

Ainda tem dúvidas de que a sociedade já começou a cobrar um posicionamento mais sustentável das áreas de TIC ?